Para quem cozinha e gosta de exercer uma gastronomia pragmática, econômica, saborosa e aproveitando produtos locais, o bom é observar o menu de restaurantes a quilo (triviais).
Para acompanhar o tradicional arroz com feijão / macarrão, eles oferecem pratos básicos como farofas variadas, quibe assado, panqueca, salada maionese / salpicão, omeletes recheadas, lasanha, polenta, pasteizinhos, batata frita.
Tudo vem acompanhado de legumes diversos cozidos, saladas cruas, um arroz mais sofisticado, uma feijoadinha ou outro grão...
Usa-se muita cebola e cheiro verde / outras ervas para dar um visual, salpicando ovinhos de codorna, passas, palmito e azeitonas para incrementar.
Aqui no interior é difícil encontrar incrementos como cogumelos, alcachofra, alcaparras, algas, damasco ou tâmaras.
Também é difícil encontrar caldos, sopinhas, que os (muitos) clientes idosos adorariam, sendo pratos super baratos.
Dentre as carnes, costuma haver lagarto bovino ao molho pardo, frango assado em pedaços, almôndegas (atualmente assadas), um peixe, lombo suíno com abacaxi, algum embutido (geralmente linguiça), strogonoff, bife à rolê.
O meu problema na cozinha tem sido a falta de contingente para degustar. O filho almoça na fábrica e volta tão tarde, que já lanchou e raramente janta; aos finais de semana come em eventos, reuniões de amigos. O marido faz um prato cada vez menor a cada ano e prefere um lanchinho no jantar...
Tenho optado por pratos que possam ser congelados, pois sempre há sobras. Reciclo sobras de legumes para farofas, recheios, sobras de saladas coloco em sanduíches.
Doces de abóbora, goiaba, canjica, certas bolachinhas acabo tendo que levar às colegas do trabalho, pois muitas vezes eles nem experimentam.
É o dilema de famílias tão curtas... eu adoro cozinhar, entretanto detesto fazer tudo a conta-gotas ou observar sobras e mais sobras.
Aproveitando o fim de semana prolongado, fiz língua bovina - um prato exótico e econômico que o marido adora. Doei uma parte para a concunhada, que também é adepta. Filho não gosta nem do cheiro.
Quando faço, uso duas unidades, que cabem direitinho na panela de pressão. Uma eu congelo cozida e limpa, a outra coloco molho de urucum com pimenta sininho e sirvo.
Não posso fazer sempre por conter muita purina - ataca a "gota" dele.
As goiabas remanescentes da recolecção - congeladas.
A compota pronta - congelarei a metade.
Bolachinhas de abóbora com amendoim. Feitas com sal amoníaco e açúcar mascavo. Filho não gostou por ficar pouco doce... Congelarei uma parte e levarei aos meninos da oficina (que comem até pedra com patê).
Bolachinha salgada de aveia e ervas - muito alecrim; também com sal amoníaco. Uso nos lanches da manhã e tarde, congelando uma parte. Os dois enjoados nem tocaram - não gostam de ervas...
Doação para a colega de trabalho, que gosta de pratos estranhos (leia-se com muitas ervas).
Produtos caseiros não podem ser doados a qualquer um, pois o excesso de industrialização, com saborização artificial exacerbada estragou o paladar das pessoas. Aromas suaves e naturais são descartados.